Transportadoras crescem no Brasil enquanto malha aérea encolhe: o caso da Azul nos EUA

A solicitação de proteção financeira Chapter 11 feita pela Azul nos Estados Unidos em maio de 2025 marca um ponto de inflexão para o transporte de cargas no Brasil. Ao reduzir frota, suspender rotas regionais e priorizar trechos mais rentáveis, a companhia diminui de imediato a oferta de porões disponíveis para embarques urgentes. Esse cenário pressiona tarifas aéreas, alonga prazos e força embarcadores a repensar suas malhas. Em ritmo oposto a esta mudança no cenário logístico, Transportadoras crescem no Brasil enquanto malha aérea encolhe. 

1 O caso da Azul nos EUA e seus desdobramentos logísticos

Transporte de Carga Aéreo

Desde o fim de 2024, a Azul vinha renegociando dívidas em dólar e enfrentando custos elevados de leasing. O pedido de Chapter 11 oferece fôlego financeiro, mas exige contrapartidas operacionais, como devolver aeronaves a arrendadores e enxugar a malha doméstica. Para a cadeia de suprimentos, o impacto é claro:

  • diminuição de cerca de 18 % na frota ativa

  • suspensão de rotas regionais com menor demanda de passageiros e carga

  • redirecionamento de voos para capitais de maior rentabilidade

Menos voos significam menos capacidade disponível, sobretudo nos porões que atendem encomendas urgentes de pequeno e médio porte. Companhias que dependiam da agilidade aérea agora enfrentam janelas de reserva mais disputadas e tarifas até 30 % superiores em determinados eixo

Saiba mais sobre frete aéreo e suas modalidades

2 Rodovias em alta: por que as transportadoras crescem no Brasil enquanto malha aérea encolhe

Ao mesmo tempo, concessões e duplicações entregaram mais de 2 200 km de pistas federais entre 2023 e 2024, reduzindo o tempo médio de trânsito em 12 % nos principais corredores logísticos. O frete rodoviário passou a competir de forma mais equilibrada em percursos até 1 200 km, oferecendo:

  • custos por quilo menores que o aéreo, mesmo com alta de diesel

  • flexibilidade para acomodar volumes diversos sem exigência de slot aeroportuário

  • menor sensibilidade a restrições climáticas severas

Transporte de Carga Rodoviário

Esse ganho de eficiência impulsiona o crescimento do setor de transportadoras rodoviárias, que registrou alta de 9,7 % em 2024 segundo a ABTC, enquanto a carga aérea doméstica recuou 5,2 %. Para 2025, projeções apontam expansão adicional de dois dígitos, sustentada pela demanda de e-commerce e reposição rápida de estoques regionais.

3 Cargas fracionadas: novas engrenagens da competitividade

Tradicionalmente associadas ao modal aéreo, as encomendas leves e valiosas encontram hoje na carga fracionada um equilíbrio entre preço e prazo. Operadores rodoviários modernos utilizam hubs de consolidação e roteirização baseada em dados para:

  • combinar lotes de múltiplos clientes e reduzir custos unitários

  • garantir rastreamento ponta a ponta por IoT embarcado

  • entregar em janela agendada com veículos urbanos de menor porte

Para volumes entre 100 kg e 400 kg, estudos internos do setor mostram economias médias de 35 % em comparação aos porões de aeronaves, mantendo lead time competitivo em rotas de curta e média distância

4 Intermodalidade: quando estrada e céu trabalham juntas

Abandonar o avião nem sempre é a melhor escolha. Em percursos acima de 2 000 km ou para produtos de altíssimo valor agregado, o modal aéreo permanece imbatível em velocidade. A solução é combinar os pontos fortes de cada modal:

Intermodalidade
  1. coleta dedicada e consolidação rodoviária

  2. trecho principal por via aérea em rotas de alta densidade

  3. distribuição final terrestre em hubs próximos ao destino

Essa estratégia reduz a exposição a cancelamentos de voos regionais, preserva prazos críticos e ainda captura economias de escala no transporte terrestre.

5 Indicadores que confirmam que as transportadoras crescem no Brasil enquanto malha aérea encolhe

  • Nos cinco primeiros meses de 2025, a demanda por cargas fracionadas no Brasil avançou 14 % em relação ao mesmo período de 2024, puxada por varejo online e indústria farmacêutica.

  • Segundo a CNT, 67 % das empresas que embarcavam via aérea até 800 km migraram parte do volume para o rodoviário após o anúncio da Azul em Chapter 11.

  • Operadores logísticos relatam queda de 8 % no tempo médio de entrega em rotas Rio–BH e SP–PR após adoção de roteirização dinâmica e hubs regionais.

6 Custos sob controle

Para manter a rentabilidade nesse novo contexto, embarcadores adotam cinco práticas essenciais: negociar volumes maiores com transportadores e armazéns para obter economia de escala, selecionar veículos adequados ao perfil de carga e cortar viagens ociosas, aplicar manutenção preventiva rigorosa a fim de evitar paradas e multas, conduzir auditorias frequentes de frete para recuperar cobranças indevidas e rodar simulações de cenários que cruzem modais, prazos e níveis de estoque em períodos de pico, garantindo competitividade mesmo com pressões sazonais.

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