Biocombustíveis na aviação de carga e o início do SAF no Brasil
A aviação global está em plena transformação. No Brasil, os primeiros passos rumo à descarbonização da aviação já estão em andamento, especialmente com a introdução dos biocombustíveis na aviação de carga e comercial. Desde novembro de 2023, o Aeroporto Internacional do Galeão (GIG), no Rio de Janeiro, passou a ser o primeiro do país a oferecer o SAF (Sustainable Aviation Fuel), fornecido pela Vibra Energia em parceria com a BP.

O SAF, produzido a partir de fontes renováveis como resíduos agrícolas e óleos vegetais usados, pode reduzir em até 80% as emissões de carbono, segundo o portal de inovação e tecnologia Sosa (Sustainable Aviation Fuel Is Taking Off.) Na aviação, esse percentual representa um avanço significativo quando comparado ao querosene de aviação tradicional (QAV). A adoção desse combustível, até então restrita a projetos-piloto ou testes pontuais, agora começa a se tornar uma opção real para operadores logísticos e companhias aéreas no Brasil.
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Por que os biocombustíveis representam uma mudança de rota?
A introdução dos biocombustíveis na aviação de carga não é apenas uma decisão ambiental. Na prática, trata-se de uma resposta estratégica a pressões regulatórias, acordos internacionais e, principalmente, à crescente demanda de clientes por soluções logísticas mais sustentáveis.
Empresas que operam com carga aérea sustentável estão se destacando no mercado, já que agregam valor à cadeia logística de ponta a ponta. O SAF, nesse contexto, tem um papel central porque:
Reduz significativamente a pegada de carbono nas rotas de longa distância
Permite operações mais limpas sem a necessidade de alterar as aeronaves
Está diretamente alinhado às metas de ESG cobradas por investidores e grandes contratantes
Além disso, como o SAF é quimicamente similar ao QAV, ele pode ser misturado em diferentes proporções, o que facilita sua adoção progressiva pela aviação comercial e de carga.
O mandato regulatório do SAF e os impactos para a aviação de carga
Outro fator que impulsiona o debate sobre biocombustíveis na aviação de carga no Brasil é o avanço das regulamentações. A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) propôs uma política pública de obrigatoriedade de uso do SAF a partir de 2027, com metas progressivas de mistura até 2037.
Essa medida, inspirada no modelo do RenovaBio, trará efeitos diretos para o setor logístico. Entre eles:
Incentivo a investimentos em produção e distribuição de SAF em território nacional
Ganho de vantagem competitiva para empresas que se adaptarem mais cedo
Pressão sobre os operadores logísticos para revisarem seus processos de sustentabilidade
Portanto, as empresas que não se anteciparem às exigências correm o risco de enfrentar custos operacionais maiores, limitações contratuais com grandes marcas e até perda de competitividade nos mercados internacionais.
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Barreiras e oportunidades no uso dos biocombustíveis na aviação de carga
Apesar dos avanços, os biocombustíveis na aviação de carga ainda enfrentam desafios. Por exemplo, o custo de produção e a oferta limitada ainda são barreiras para uma adoção massiva. No entanto, há sinais claros de mudança.
Por outro lado, diversas iniciativas já estão em curso. A Embraer está desenvolvendo aeronaves híbridas compatíveis com SAF. Além disso, companhias aéreas como LATAM e GOL realizaram voos comerciais utilizando o combustível. Consequentemente, grandes investidores do setor logístico vêm apoiando estudos de viabilidade para estabelecer rotas 100% sustentáveis.
Além dessas ações, muitas empresas já estão ajustando seus relatórios ESG para incluir as chamadas emissões de escopo 3, que abrangem o transporte contratado. Isso demonstra que o tema deixou de ser tendência e se tornou prioridade corporativa.
Como empresas de carga podem se adaptar ao uso de biocombustíveis na aviação

Diante desse novo cenário, adaptar-se ao SAF e à logística verde não é mais uma vantagem competitiva. É uma exigência de mercado. Felizmente, isso não exige a reinvenção completa dos processos logísticos.
Em vez disso, é possível incorporar novos critérios ESG, revisar rotas estratégicas e contar com parceiros que já operam sob padrões sustentáveis. Além disso, o uso de plataformas de rastreabilidade e dados de emissões contribui para comprovar o impacto real da adoção de biocombustíveis na cadeia logística.
Portanto, quanto antes a empresa se preparar, maiores as chances de ocupar um posicionamento relevante em um mercado cada vez mais pautado por responsabilidade ambiental.
Conclusão: como a Moldtec pode apoiar a transição para biocombustíveis na aviação de carga
Na Moldtec, acreditamos que sustentabilidade e eficiência logística devem caminhar lado a lado. Por isso, atuamos com soluções inteligentes em transporte rodoviário, aéreo e logística promocional, sempre atentos às exigências regulatórias e às tecnologias que moldam o futuro do transporte.
Se a sua empresa está em busca de diferenciação sustentável, a Moldtec pode apoiar desde a estruturação de relatórios ESG até a integração com parceiros do setor de SAF. Além disso, oferecemos suporte completo na adaptação de rotas aéreas com foco em redução real de emissões.
Fale com a Moldtec e descubra como sua operação logística pode avançar com responsabilidade ambiental e resultados concretos no uso de biocombustíveis na aviação de carga.